Resumo:
É sabido que os seres vivos são sensíveis aos campos magnéticos, em particular ao campo geomagnético.Esta sensibilidade tem sido observada através de diversos experimentos de comportamento, sendo estudada a orientação espacial durante migrações de longa distancia, a orientação espacial na vizinhança do local onde o ser vivo mora, a localização espacial usando as coordenadas geomagnéticas, a modificação de diversos comportamentos quando o campo magnético local muda ou na presença de fortes gradientes magnéticos, dentre outros comportamentos.Para explicar esta sensibilidade, atualmente existem dois modelos: a hipótese ferromagnética e o modelo dos pares radicais. A hipótese ferromagnética assume que nanopartículas magnéticas, possivelmente magnetita, são as responsáveis pela transdução do campo magnético, através da ativação de portas de sódio potássio ou de mecanorreceptores cada vez que as nanopartículas magnéticas se alinham com o campo magnético.O modelo de pares radicais assume que o campo magnético é detectado através de reações químicas dependentes de campo magnético.Neste casso a reação química envolve um par de proteínas,sendo uma delas a proteína fotossensível criptocromo, que junto com um triptofano é capaz de formar um par radical após o criptocromo absorver luz.Este par radical inicialmente se encontra no estado siglete e na presença de um campo magnético ele pode se transformar para o estado triplete.A diferença nas populações de singletes e tripletes permite ao animal sentir o campo magnético.Um dos animais mais estudado tem sido a abelha Apis mellifera.Nela o principal modelo para explicar a sensibilidade ao campo magnético é a hipótese ferromagnética.O local onde tem sido encontrado magnetita nas abelhas A.mellifera tem sido o abdômen e recentemente temos mostrado que também existe magnetita nas antenas.O objetivo do presente modulo é caracterizar as propriedades magnéticas do abdômen e das antenas das abelhas A.mellifera usando magnetometria VSM e ressonância ferromagnética(FMR).Nos estudos das propriedades magnéticas do corpo da abelha é importante determinar a distribuição de tamanhos, as temperaturas de bloqueio e, se é possível, determinar se a origem destas nanopartículas é biogênico.Isso será feito estudando as curvas de magnetização Zero Field Cooling e Field Cooling, as curvas de histerese a temperatura ambiente e as curvas de FMR a temperatura ambiente.Nesta oportunidade vamos realizar estas medições com as partes inteiras e com as partes esmagadas, para observar se a integridade do corpo muda o sinal observado.
Pré-Requisitos:
Sem pré-requisitosBibliografia:
- Magnetoreception and magnetosomes in bacteria. Dirk Schueler. Springer-Verlag, Berlin, 2006
- Magnetic orientation in animals. R. Wiltschko and W. Wiltschko. Springer-Verlag, Berlin, 1995.
- Magnetite biomineralization and magnetoreception in organisms. A new biomagnetism. J.L. Kirschvink, D.S. Jones and B.J. McFadden. Plenum Press, New York, 1985
Pitch de Apresentação
Saiba mais sobre o módulo assistindo ao vídeo de apresentação abaixo:
